Os dados de pedidos de recuperação judicial referentes ao mês de junho já começam a apresentar os efeitos da pandemia. De acordo com levantamento mensal feito pela Serasa Experian, o total de pedidos de proteção contra a falência aumentou 38% em comparação com maio. O número, que ainda deve apresentar piora, foi influenciado pelo aumento dos pedidos feitos por pequenas empresas, que têm menos poder de negociação com credores e menos fluxo de caixa.
“Esse número assusta, mas a gente vai se assustar ainda mais, já que muitas dessas recuperações judiciais vão ser convoladas em falência, infelizmente. Nós já vínhamos em um cenário econômico complicado quando veio a pandemia para piorar. Esse número, de certa forma, já era esperado”, explicou Dr.º Solon Tepedino em recente entrevista ao programa Reclamar Adianta, da Rádio Band.
Diante deste cenário, a recuperação judicial surge como solução para tentar salvar a empresa, especialmente as pequenas, neste período de crise. Foram 97 solicitações de recuperação em junho, 79% a mais que em maio e 5,4% acima do registrado no mesmo período em 2019.
“As empresas de pequeno e médio porte são as que agitam a economia hoje. Elas vão ter muitas dificuldades para cumprir as exigências da lei (de recuperação judicial). Elas já tinham muitas dificuldades de se manter, imagina agora durante a pandemia. A gente vê restaurantes funcionando, mas vazios. Você vê os shopping centers, embora abertos, também vazios. Durante esse período economicamente difícil, pedir a recuperação judicial e ter que cumprir exigências rígidas, torna-se ainda mais complicado”, disse o advogado, acrescentando que, mesmo assim, a recuperação judicial ainda é a melhor alternativa tanto para empresas quanto para credores.
“A recuperação judicial vem em um momento que antecede a falência. Quando a empresa vem em uma crise econômica grande, na situação em que ela não suporta mais pagar alguns créditos, faz o requerimento da recuperação judicial para tentar se salvar da falência. Isso é bom para todos os envolvidos. Tanto a empresa quanto os credores estão na torcida para que aquela recuperação judicial dê certo, sem convolar em falência, o que torna tudo mais difícil. Dessa forma, a empresa continua em atividade normal, continua rodando suas atividades econômicas, claro que com a suspensão dessas execuções e créditos”, esclareceu Dr.º Solon Tepedino.
Para entender as demais causas e efeitos da recuperação judicial, assista à reportagem na íntegra: